segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lágrimas Ocultas


Se me ponho a cismar em outras eras

Em que ri e cantei, em que era q'rida,

Parece-me que foi noutras esferas,

Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida

Que dantes tinha o rir das Primaveras,

Esbate as linhas graves e severas

E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...

Toma a brandura plácida dum lago

O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,

Ninguém as vê brotar dentro da alma!

Ninguém as vê cair dentro de mim!


Teus olhos ....


Teus olhos têm uma cor

de uma expressão tão divina,

tão misteriosa e triste.

Como foi a minha sina!!!

É uma expressão de saudade

vagando num mar incerto.

Parecem negros de longe...

Parecem azuis de perto...

Mas nem negros nem azuis

são teus olhos meu amor...

Seriam da cor da mágoa,

se a mágoa tivesse cor.



Amar ....


Amar!Eu quero amar, amar perdidamente!

Amar só por amar: Aqui...além...

Mais Este e Aquele, o Outro e toda a genteAmar!

Amar!

E não amar ninguém!

Recordar?Esquecer?Indiferente!...

Prender ou desprender?É mal?É bem?

Quem disser que se pode amar alguém

Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:É preciso cantá-la assim florida,

Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada

Que seja a minha noite uma alvorada,

Que me saiba perder... pra me encontrar...